
Seguranças de uma coorporação tentam controlar a epidemia de um vírus, liberado propositalmente dentro da empresa.
A inspiração inicial vem de um jogo de video game com o mesmo nome. Resident Evil, o jogo, fez muito sucesso entre a molecada no final dos anos noventa, por inaugurar o gênero “terror de sobrevivência”, onde superar obstáculos e derrotar inimigos para passar de fases, ainda tem o bônus do medo enquanto o jogo rola. Uma adaptação para o cinema era questão de pouquíssimo tempo, se houvesse um roteiro que combinasse as duas artes com harmonia.
Em um grande laboratório subterrâneo, no formato de uma colméia, com vários andares e segmentos, a Umbrella realiza experiências e fabrica produtos, que vão desde medicamentos até tecnologia militar, estabelecendo a coorporação como a maior e mais influente do mundo. Durante um dia rotineiro de trabalho, um crime acontece. Poderia ter sido um acidente, mas o filme acerta desde o início por não banalizar os eventos. Não existem complicações, o vírus é azul, o antídoto é verde, os vilões tem desculpas fundamentadas e os mocinhos não brigam entre si. Mas simplicidade não quer dizer mediocridade. O público adora ver mortos se levantando nas telas, mas não machuca ninguém ter uma história sólida por trás disso.
Enquanto os funcionários estão enchendo os pulmões de veneno, o supercomputador autossuficiente que toma conta da colméia, toma ciência do evento e reage, eliminando as chances do vírus sair do local. É só quando os contaminados são mortos, que a trilha sonora se lembra de ser um pouco menos ação e um pouco mais suspense, afinal, ainda é um filme de terror e os mortos irão ressucitar.
Alice é a soldada da Umbrella com a tarefa de guardar a entrada secreta da colméia. Na confusão de gases tóxicos nos andares de baixo, ela acabou sendo atingida por um que apaga memórias temporariamente. No papel de Alice está a eterna modelo Milla Jovovich, sempre oferencendo apenas duas opções de expressão facial aos seus personagens, boca fechada e cara de choro, ou boca aberta e cara de pastel. Para o alívio da moça, Umbrella resolve ajudar enviando um time de atores tão ruins quanto Milla, mas tão bem treinados quanto Alice. Sim, ela é extremamente competente no trabalho, apesar do vestidinho curto, nada apropriado para o início do apocalipse e da aparente fragilidade. Ela passa a maior parte do filme sem encostar em uma arma de fogo, porque não precisa, ela já vem equipada com conhecimento e habilidades de combate que beiram a fantasia. Ela é tão incansável e invencível quanto a Tomb Raider, ou o Sonic.
Os heróis armados seguem para dentro da colméia, com a esquecida e mais dois gatos pingados que … estavam rodeando a propriedade na hora do incidente. O objetivo é descobrir o que aconteceu lá dentro, mas não vai ser fácil. Primeiro, é importante se certificar de que se algo der errado na missão, nada nocivo escapará para a superfície, então os soldados combinam um tempo-limite para que a entrada do local se feche de vez. Depois, para obter total controle da colméia, o supercomputador deve ser desligado. Quando todos percebem que o plano não é tão perfeito, é tarde demais. Se não há nenhum sistema operacional mantendo as portas fechadas, então nada mais impede a difusão da contaminação e dos contaminados.
Algumas mortes são típicas de filmes de zumbis, mas muitas seguem a falta de legitimidade dos video games, mas isso é uma vantagem, uma variação divertida. Um grupo de pessoas entrando em uma situação cuja gravidade é desconhecida, em um ambiente gigantesco e fechado, cheio de armadilhas e surpresas que desafiam a lógica, onde a sobrevivência depende de confiança e trabalho de equipe em um grupo onde com certeza, o criminoso do início da história está infiltrado. Um personagem é um monstro, outro é um holograma. Não é um jogo e tanto?