Um casal é aterrorizado por uma gangue de adolescentes, durante um fim de semana na floresta.
A professora de jardim de infância, se despede dos alunos na sexta-feira. Umas gracinhas, com sua inocência e suas vozes agudas, cantando uma cantiga que ela deve ter ensinado. Isso mesmo Jenny, aproveite enquanto eles são pequenos. Deste tamanho, o maior problema é um nariz escorrendo. Não há dúvidas sobre quem está no comando, você manda, eles obedecem.
O Lago Perfeito é um aviso bem claro. Qualquer um pode conceber, mas nem todos podem criar um ser humano. Pais que tem uma idéia equivocada, ou nenhuma idéia de como educar os filhos, podem criar pequenos monstros, que podem ficar mais cruéis, na companhia de outros monstros.
Jenny vai aproveitar os dias de folga ao lado do namorado, em um lago dentro de um parque fechado, do qual poucos ouviram falar. É romântico e reservado. Steve já comprou até o anel de noivado e pretende fazer o pedido a beira d’água, mesmo com os exemplos nada convidativos de família, que encontra pelo caminho.
Sim, eles estão sozinhos em uma floresta, que não conhecem. Não, ninguém sabe que eles foram pra lá. Parece cliché, mas está longe disso. Nada de malucos mascarados, bichos do pântano ou canibais deformados. Somente a natureza, um casal apaixonado e alguns adolescentes, que ao contrário dos vilões tradicionais, são bem visíveis e barulhentos.
Steve é atlético e Jenny está acostumada a lidar com mentes jovens. Além disso, ninguém está afim de briga. Mas a molecada é muito ousada, provocando o casal e agindo como se fossem indestrutíveis. Ainda assim, a gente não acredita que a situação possa ficar tão ruim. Eles estão em fase de crescimento, são fracotes e não formam o bando mais organizado
Por que esses pentelhos não estão na escola? Ah… esquece, Jenny também não está na escola. É sábado. Mesmo assim, onde estão os responsáveis por este projeto de gangue? Será que ninguém se importa com o paradeiro deles, quando passam o dia inteiro fora de casa? Talvez não, e isso claramente tem um efeito explosivo, porque se não há ninguém por perto para disciplinar, agora que eles andam com um cigarro em uma mão e uma garrafa de bebida na outra, é porque nunca houve ninguém por perto, servindo de guia.
Uma brincadeirinha criminosa, que leva a um acidente, que leva a uma reação desproporcional. De uma hora para outra, Jenny e Steve estão fugindo pela própria vida. Os adolescentes, que foram longe demais ao usá-los como válvula de escape, não tem como voltar no tempo. Não é vingança, ou talvez seja um pouquinho, mas eles não podem permitir que o casal chegue à polícia.
As vantagens da gangue, é que conhecem o local muito bem e estão em maior número. O casal não tem vantagem nenhuma. Além de estarem feridos, levam muito tempo para deixar a psicologia de lado e agarrar o chinelo. Não é uma decisão dolorosa, tem que ser feito e Jenny, precisa percorrer estes e outros caminhos desconhecidos, se quiser sobreviver. Como professora, no entanto, ela deveria saber que, pior do que crianças sem limite, é quem falhou em impor os limites.
Parece um pesadelo, mas o filme é assustadoramente real e violento. Ao sair na rua, vemos em qualquer lugar, os resultados de pais despreparados, personificados em mini versões deles mesmos. Eles se jogam no chão, xingam, exigem e conseguem, até que crescem. Não se tornam lobisomens ou zumbis, mas não precisam, só precisam da proteção de um estatuto bem frouxo.
Muito Molho 