Dirigido por Alexandre Aja
Dirigido por Alexandre Aja

Duas amigas de faculdade curtem uma viagem no campo, quando são atacadas por um psicopata.

 

 

 

 

 

Marie acompanha Alex, sua melhor amiga, em uma visita aos pais dela, que moram no interior da França. As garotas não estão de férias. O local é bastante calmo e considerado ideal para a semana de provas. Nos arredores da propriedade, um sujeito brinca com partes de um cadáver, que eu presumo ser de uma de suas vítimas.

Existe uma série de coisas que nunca foram ditas entre as amigas. Para que se possa perdoar as atitudes idiotas de Marie nas cenas que estão por vir, é importante que a gente não ignore a tensão entre as duas. Elas combinam estudar Lei Internacional logo pela manhã, enquanto uma exalta suas conquistas sexuais e a outra evita perguntas da mesma natureza.

Durante a madrugada, as garotas estão em quartos separados. Alex dorme, mas Marie está suficientemente alerta, para ouvir a insistente campainha. O dono do dedo nervoso, é um homem de meia idade, vestindo um uniforme que indica que em algum lugar ele deve trabalhar. Ele tem um rosto comum, mas consegue escondê-lo na maior parte do tempo, com o auxílio de um boné e de ângulos de câmera estratégicos.

Nada parece planejado, mas o maluco tem sucesso invadindo a casa e saboreando cada matança, sem incomodar quem permanece dormindo. A mãe, o pai e o irmãozinho de Alex, tão pacatos e amáveis, são submetidos demoradamente ao destino mórbido de vítimas de filmes slasher. A filha mais velha, que só acordou quando já estava imobilizada, desperta o desejo do invasor e é levada com ele.

high-tensionMarie, que testemunhou horrorizada toda a ação, é poupada quando elimina os vestígios de sua estadia na casa e se esconde, fazendo com que o assassino não saiba da sua existência. Ela é sortuda, mas não deve bater muito bem da cabeça, ou correria para pedir ajuda, ao invés de se deixar prender no cativeiro móvel, junto com Alex. Ela poderia usar a vantagem de ser invisível, em diversas oportunidades para escapar junto com a amiga, ou até sozinha, mas uma estupidez atrás da outra, só contribuem para o aumento do número de vítimas.

Somente quando a sua presença não pode mais ser ignorada, é que Marie tem a chance de virar uma heroína. Exausta e sem a frieza do seu oponente, ela trava uma batalha física e por um breve momento, parece vencê-lo, até que…

high-tension2É, não dá mais pra continuar escrevendo sem estragar o desfecho, que é até interessante, mas pouco provável. Eu só posso revelar que, o comportamento violento do assassino, faz sentido na cabeça dele e que a motivação, é muito mais complexa do que apenas crueldade. Alta Tensão me lembra aquele teste que o FBI faz, para distinguir psicopatas de pessoas comuns. É uma história sobre os fins justificando os meios, sob o ponto de vista de uma pessoa doente.

No final, o objetivo é fazer o público pensar que foi enganado durante o filme inteiro. Alguns flashbacks facilitam o entendimento, mas as cenas que questionamos, as que não tem explicação, são deixadas de lado. A verdade deveria aparecer facilmente, na segunda vez que o filme é visto, mas isso não acontece. O diretor não pode se dar o luxo de dizer que enganou alguém, quando inventa atalhos e muda completamente a sua história, eliminando qualquer chance de ela ser desvendada ao longo do filme.

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