Os cidadãos de Barrow, no Alaska, são submetidos todos os anos a um mês sem a luz do sol, por causa do clima. Naquele ano, as criaturas da noite vão tirar vantagem disso.
Que paraíso para qualquer vampiro de férias! Passar 30 dias em um local livre do sol, com a vantagem de ter a sua comida tão indefesa quanto aves em um galinheiro.
No último dia antes do breu, a cidade está agitada. Mais da metade da população não vai encarar um mês no escuro, além do habitual frio e isolamento, deixando para trás suas moradias e os poucos parentes mais resistentes. Onde esse bando de gente vai ficar, depende de quem é importante o suficiente na história para que a gente pergunte. Entre os moradores que ficam está o xerife Eben, que apesar de ter a mente ocupada pelos problemas no casamento, já fez a ligação entre os diversos atos de vandalismo recente na cidade, que incluem a destruição de um helicóptero, do único satélite de comunicação e a morte de alguns cachorros. A talvez-futura-ex-esposa-de-Eben, Stella, estava entre aqueles que queriam ir embora, mas perdeu o avião.
No primeiro grande ataque à cidade, quando não há mais necessidade de segredo, testemunhamos uma chacina sem discriminação. Casa após casa, famílias inteiras são assassinadas, em uma sequência que termina com uma perturbadora tomada aérea, mostrando a neve manchada de sangue, rua após rua. Isso é bem diferente da fórmula básica, em que um grupo de adolescentes perdidos em algum lugar sombrio, comete uma série de idiotices que os leva à própria morte, respeitando a regra decrescente da maior para a menor idiotice.
Os vampiros de 30 dias de noite não poderiam se passar por humanos. Eles conseguem se comunicar e são civilizados o suficiente para usar roupas, mas a sua aparência animalesca os coloca em outra espécie. Sua misericórdia para com os seus semelhantes, se contrasta com a crueldade dos seus ataques. Eles parecem se divertir com a presa e o seu modus operandi nos diz que eles já usaram essa estratégia antes.
Após o massacre inicial, alguns coitados aparecem perdidos aqui e ali, mantendo as criaturas ocupadas e entretidas, enquanto acompanhamos o grupo liderado por Eben e Stella, que luta por segurança e comida, no mês mais longo de suas vidas.
As regras do filme são simples, como em um jogo de policia e ladrão, a área a ser usada é delimitada, neste caso, pela nevasca que castiga a cidade. As condições variam de acordo com o grupo a qual pertence cada “jogador”. O resultado depende do instinto de sobrevivência das duas espécies. Caçados enfrentam o frio e o extermínio, contando com a familiaridade do local e o amparo dos seus amigos. Caçadores contam com a previsibilidade dos caçados e ocasionalmente lidam com os sacrifícios que só membros da humanidade podem fazer.
Muito Molho 