
Acordando de um coma em um hospital abandonado, 28 dias após o início de uma epidemia, Jim procura outros sobreviventes que possam lhe dar explicações e refúgio.
O caminho para o inferno está pavimentado com boas intenções, e é com ótimas intenções, que um grupo de ativistas ecológicos libera acidentalmente um vírus catastrófico. Danny Boyle não fez um filme de zumbis, mas o que ele fez, mudou para sempre o modo como eles se locomovem. Ninguém aqui está em processo de decomposição, portanto não há desculpa para lerdeza.
O vilão do filme é uma versão intensificada do vírus da raiva. Uma pessoa que entra em contato com ele, tem basicamente 20 segundos de sanidade antes de se transformar em um verdadeiro animal raivoso, atacando violentamente qualquer um que apareça em seu caminho. A motivação dos ataques fazem referência ao propósito de um vírus, que é a transmissão contínua. Nenhum infectado está atrás de carne humana, mas não a recusaria se não houvessem alternativas.
Quando Jim acorda sozinho no hospital, ele não tem a mínima idéia do que aconteceu. E quem está familiarizado com a série The Walking Dead, pode ter notado a semelhança no modo de economizar muita grana não mostrando o surto da doença. Vagando pelas ruas desertas de Londres, com fome e desorientado, ele se torna objeto de pena e apreensão. Alguém vai aparecer, mas o nosso conhecimento da história nos faz desejar que ele descubra sobre o perigo e não com ele. Toda a informação que Jim recebe vem de poucos sobreviventes quase tão perdidos quanto ele. Quem estava acordado durante a sistemática queda das cidades, tem uma história pessoal para contar e algumas regras de sobrevivência, não mais do que isso. Eles nem sabem a extensão da contaminação.
Extermínio é um filme de terror eficiente. A noção de que a cidade pertence aos mais sortudos, aos custos de bastante incômodo para a população londrina, nunca é desfrutada tranquilamente. Quando o pequeno grupo faz uma parada em um supermercado, o que poderia ser interpretado como uma pausa na loucura ou um momento merecido de alegria, se transforma em uma cena de tensão constante, pois, mesmo não apresentando nenhuma ameaça, o suspense nos leva de volta às cenas em que Jim estava sozinho. Os contaminados são imprevisíveis demais para que o público relaxe.
O filme é extra-oficialmente dividido em duas partes. Na primeira, um pequeno grupo se une e tenta sair da cidade em busca da origem de uma transmissão de rádio, que afirma ter abrigo, suprimentos e a cura para o vírus. Na segunda parte, fica claro que morrer por conta de uma epidemia, não é tão ruim quanto tentar sobreviver nela. Nas palavras de um dos personagens: “Tudo o que eu vi desde o inicio da infecção, são pessoas se matando, o que não é diferente do que eu via antes da infecção.”