
Na Inglaterra Vitoriana, uma mulher solitária é contratada para cuidar de duas crianças orfãs, em uma enorme propriedade no campo, onde dois empregados morreram de modo suspeito.
Nunca fica claro, mesmo durante o dia, se os fantasmas estão realmente rondando a casa. As figuras se misturam ao ambiente, se confundem com estátuas e somente a nova contratada admite vê-los. Mas essa não é a única coisa que só ela enxerga.
Debora Kerr é a srta. Giddens, a nova babá, ou governanta, já que cuidará também da educação dos sobrinhos de um solteirão muito rico. Flora, a a criança mais nova, é um doce e faz amizade com muita facilidade. Já o esperto Miles, acabou de ser expulso da escola por machucar outras crianças. Os dois tem uma curiosidade invasiva e são extremamente manipuladores. Seus hábitos seriam apenas excêntricos, se não gerassem especulações sobre quem os influenciou.
A quarentona filha de um pobre pastor, se impressiona com tudo relacionado ao seu novo emprego. Da majestosa mansão, cujos encantos nem mesmo a fotografia em preto e branco pôde tirar, ao charme do patrão, vendo nele uma afeição inexistente quando ele só quer que alguém cuide dos sobrinhos sem perturbá-lo.
Assim que o primeiro fantasma aparece para a srta. Giddens, cada curva daquele verdadeiro castelo se torna fria e assustadora. Sua única confidente é a sra. Grose, uma simpátia empregada com mais segredos do que gostaria de ter. Sua devoção pelas crianças cria um conflito com a nova amiga, quando a governanta, elevada ao posto de única autoridade na casa, se convence de que as crianças correm perigo por causa dos espíritos que só ela vê.
Os empregados mortos eram amantes, um escândalo para a época, mas não é só isso. O casal era o mais próximo que as crianças tinham de uma família. Seu poder de persuasão sobre os pequenos, os forçou a participar dos seus segredos e do seu comportamento promíscuo. Suas aparições são inesperadas e assustadoras, mesmo sem efeitos ou maquiagem pesada.
As visões vão se tornando cada vez mais frequentes e as crianças cada vez mais indisciplinadas. Um pensamento se instala na mente da governanta e qualquer palavra ou movimento dos dois irmãos é suspeito. Infelizmente, os sinais do verdadeiro terror que ronda as crianças são sutis demais para serem notados.
Esta óbvia inspiração para o filme Os Outros de 2001, é bastante ousada para a época. Quando uma cantiga de ninar precede e sobrepõe a vinheta da 20th Century Fox, somos preparados para assistir a um filme bastante incomum. Com certeza, algo muito sinistro está acontecendo naquele lugar, mas como combater várias forças que se aproveitam das suas condições para dominar e transformar os mais inocentes. Nossa protagonista se vê como uma heroína, a única capaz de salvar a alma dos seres que ela mais ama. Seus métodos, no entanto, levantam dúvidas sobre o seus motivos.